dissertações

DEFENDIDAS EM 2018

Total de dissertações defendidas: 10

Adriana Braga da Silva

Título:  O ensino de leitura do gênero notícia online em uma abordagem multimodal

Orientador(a):  Claudio de Paiva Franco.

Páginas: 233

A evolução das tecnologias de informação e comunicação vem proporcionando novos contornos nas relações sociais no Brasil e no mundo. Atualmente, a internet é vista como um espaço de colaboração e troca de ideias com pessoas de todo o mundo; uma fonte inesgotável de produção e disseminação de informação e um conglomerado de tecnologias digitais, como sites, blogs, redes sociais, correio eletrônico, mecanismos de busca, games e entretenimentos, vídeo, televisão e rádios. Sendo assim, diante de tantos avanços do mundo digital, a escola precisa atualizar suas práticas, com o objetivo de contribuir para a formação de sujeitos capacitados, dinâmicos e críticos. De forma semelhante, as aulas de Língua Portuguesa devem refletir as mudanças na linguagem e em suas diversas formas de uso. A presente dissertação tem como objetivo apresentar pesquisa voltada para o ensino de leitura e compreensão do gênero notícia online, com alunos do 9º ano de uma escola de ensino fundamental. Para tanto, apresento atividades didáticas que se baseiam na Base Nacional Comum Curricular (2017), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e nas Orientações Curriculares de Língua Portuguesa, do município do Rio de Janeiro (2016). As bases teóricas deste trabalho estão alinhadas com a teoria dos gêneros defendida por Bakhtin (2003) e Marcuschi (2010, 2008). A abordagem multimodal e a perspectiva dos multiletramentos dialogam com os estudos de Rojo (2015, 2013), Coscarelli et al. (2016) e Ribeiro (2016). O ensino de leitura será alicerçado na concepção interacional/ dialógica da língua, presente em Koch e Elias (2015). A pesquisa ainda explora características da notícia online e dos jornais digitais, analisadas por Ribeiro (2009); promover o letramento digital, abordado em Dudeney et al. (2016), Coscarelli et al. (2014) e Xavier (s.d), e o letramento midiático, postulado por Baltar (2010); Moran (2008, 2000) e Buckingham (2006, 2004).

Palavras-chave: Ensino de leitura. Gênero notícia online. Multimodalidade. Letramento digital. Letramento midiático

Alex Silva de Souza
Título:  O conhecimento prévio como facilitador da compreensão de textos

Orientador(a): Maria Aparecida Lino Pauliukonis.
Coorientador(a): Célia Regina de Barros Mattos

Páginas: 78

Esta Dissertação pretende analisar as estratégias de abordagem usadas na elaboração
de exercícios, em Cadernos Pedagógicos, adotados pela Rede Municipal de Ensino do Rio de
Janeiro, no tocante à apresentação ou não de informações prévias facilitadoras para a
compreensão textual. Busca-se verificar a ocorrência de valorização do conhecimento prévio
do leitor, nas questões propostas para leitura e interpretação de textos. Postula-se que
situações de ensino em que são privilegiadas atividades que levam em conta o conhecimento
de mundo do sujeito e o aprimoram com novas informações contribuem, de forma efetiva,
para a formação de um leitor mais autônomo e competente. Tal proposta toma por base
princípios da Linguística Textual e da Linguística Cognitiva que estudam os processos de
aquisição da linguagem humana e as estruturas textuais. A população de estudo é formada por
alunos de turmas do segundo segmento do Ensino Fundamental (7º ao 9º ano). O recorte
temporal selecionado abrange os 3º e 4º bimestres de 2016 e o 1º bimestre de 2017. Parte-se
de uma seleção de algumas sequências didáticas, expressas em variados gêneros textuais,
estudados nas aulas de Língua Portuguesa. Analisam-se tais questões, observando-se o nível
de dificuldade dos alunos, na realização das propostas de estudo do texto, em termos de
oferecimento ou não de conhecimentos prévios para facilitação da interpretação dos
enunciados. Busca-se verificar que estratégias valorizadoras de conhecimentos do leitor foram
usadas na elaboração do material.

Palavras-chave: Conhecimento prévio, gêneros textuais, aprendizagem significativa, leitor
competente.

Ana Paula do Nascimento Rodrigues

Título:  O capital cultural e as lacunas textuais: uma proposta de andaimagem

Orientador(a): Maria de Fátima Sousa de Oliveira Barbosa.

Páginas: 131

Acreditando que o domínio da leitura é essencial para uma educação emancipatória e cidadã, esta pesquisa buscou analisar possíveis causas para a dificuldade de leitura, de estudantes do segundo segmento do Ensino Fundamental, apontada pelos resultados em avaliações de larga escala nacionais, investigando em que medida a competência leitora dos educandos é influenciada pelo capital cultural desses indivíduos e pela predominância do arbitrário cultural dominante, à luz de Bourdieu, nas aulas de Língua Portuguesa. Posteriormente, entendendo a leitura como um processo de interação entre texto e leitor (Solé, 1998), a pesquisa tenciona uma proposta de intervenção utilizando o princípio da andaimagem (Wood et al, 1976), a fim de melhorar a competência leitora dos indivíduos participantes. Tendo a pesquisa-ação como método, a investigação utilizou como procedimentos de coleta de dados i) questionário autoaplicado, com os discentes da turma participante; ii) entrevista estruturada, com os docentes da referida turma; iii) e atividades de leitura, cujos resultados foram mensurados com base nos níveis de leitura postulados por Applegate et al (2002). Os dados da pesquisa foram analisados qualitativamente, na perspectiva de Bardin (1977), e confirmaram, parcialmente, a hipótese de influência do capital cultural na competência leitora dos educandos, com indicação de melhoria significativa dos resultados, a partir das atividades realizadas na proposta de intervenção.

Palavras-chave: Competência leitora. Capital Cultural. Andaimagem. Ensino de leitura.

Andre Gabrich Tesch

Título:  O trabalho com a metáfora em sala de aula: uma visão metacognitiva

Orientador(a): Karen Sampaio Braga Alonso.
Coorientador(a): Adriana Leitão Martins

Páginas: 9

No que toca ao ensino e ao aprendizado da metáfora, é possível perceber que
ainda se vê, nas aulas de língua portuguesa, a concretização de um trabalho voltado para classificações, para uma meta linguagem estéril e para a identificação de um sentido pronto das palavras, expressões, o que depõe contra a teoria de que ler é interagir, considerar as intenções e objetivos do enunciador etc. Um dos pressupostos teóricos dessa pesquisa, aliás, é situar a língua na interface semântica pragmática, voltada para a ideia do uso e da impossibilidade de se interpretar qualquer coisa desconsiderando o contexto. Os materiais didáticos, em sua maioria, ainda trazem, em seu bojo, visões tradicionalistas que, a noss o ver, limitam o entendimento do fenômeno metafórico.
Para Lakoff e Johnson, que desenvolveram a noção de metáfora conceptual , esse
mecanismo se dá costumeiramente quando se parte de dois domínios distintos da
experiência: um “domínio fonte”, mais concre to, em direção a um “domínio alvo”, mais abstrato. Porém, esses autores consideram as metáforas não dependentes de um contexto mais localizado ou das inferências possíveis a partir dos conhecimentos de mundo, e nós optamos, neste trabalho, pelas metáforas inferenciais .
Então, torna se necessário incluir, junto a essa concepção, as de mesclagem
conceptual e inferência. Mesclar significa, a partir de um espaço genérico que apresenta possibilidade de elementos em comum entre dois inputs , unir esses dois inpu ts em um “espaço mescla”, o que faz emergir estruturas distintas das que havia inicialmente.
Inferir é partir de informações já conhecidas ou de conhecimentos prévios para
interpretar novas situações, algo fundamental não só na interpretação de metáforas e de textos, mas também inerente à própria comunicação humana, de forma geral. Para que isso aconteça, os conhecimentos prévios, contidos no repertório do conhecimento enciclopédico ou de mundo, são acionados/ativados. Tal ativação revela que, quando se lev a em conta o ato de comunicar, não são só os conhecimentos linguísticos que estão em jogo. Nisso, se encaixa a metacognição , como dizem os estudos de Gerhardt (2016): algo que se refere a pensar sobre o que se pensa, controlar as estratégias e os processos
cognitivos, de maneira consciente e autônoma, como ferramenta para novos
aprendizados.
Portanto, o objetivo desta pesquisa é propor, a partir de princípios teóricos
cognitivos e metacognitivos, uma nova maneira de se enxergar e se pôr em prática o
ensino de metáfora, com foco no desenvolvimento metacognitivo dos estudantes e na capacidade de enxergar a prevalência da metáfora na cognição. Cremos que elaborar um material didático com atividades norteadas por esse viés poderia ser uma alternativa
eficaz aos livros adotados por sugestão do PNLD (Programa Nacional do Livro
Didático).
As etapas práticas, desenvolvidas em sala de aula, foram a aplicação de uma
avaliação diagnóstica, em março de 2017, e a de uma unidade didática, entre novembro e dezembro desse mesmo ano. Essa unidade teve alguns resultados interessantes: fazer quadros a partir de palavras chave utilizadas nas expressões metafóricas parece ter colaborado para que os alunos tivessem um ponto de partida um pouco mais claro no processo de leitura e interpretação; esse percurso gradual revelou se proveitoso em alguns casos; o uso de textos que exploravam a mesma temática, assim como o excesso de dias de aplicação, foram um ponto negativo, pois o grau de participação dos alunos foi diminuindo, e eles, se sentindo desgastados por essa dedicação tão longa aos exercícios da unidade.

Palavras-chave: metáfora; inferência; metacognição.

Daniela Kruse Ramos
Título:  O Parâmetro do Sujeito Nulo em Gêneros Textuais Escolares

Orientador(a): Vânia Lisbôa da Silveira Guedes

Coorientador(a): Maria Cecília de Magalhães Mollica

Páginas: 101

Este trabalho visa mostrar através de pesquisas e experimentos feitos com alguns alunos do Ensino Fundamental (EF), uma necessidade de preencher o sujeito no português falado no Brasil, assim cooperando com o avanço da língua portuguesa nas escolas, sobretudo na oferta pedagógica para as práticas de ensinagem do Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN). A motivação da pesquisa reside na falta de suporte teórico pedagógico voltado para gêneros textuais escolares. Embora exista um número significativo de pesquisas sobre esse tema, há necessidade de se investigar sua realização nas práticas discursivas escolares. Nesse sentido, são lançadas as seguintes questões: (1) Em que medida o aluno faz uso da propriedade pro-drop do Português Brasileiro (PB)? (2) Há diferença no comportamento linguístico do aluno em relação ao uso do Parâmetro do Sujeito Nulo em gêneros textuais escolares diferentes? (3) Há distinção de marcação do Sujeito Nulo quanto à escolarização, seguindo-se a estimativa de uma sequência didática explícita entre as séries no curso do letramento escolar? Os pressupostos teóricos que alicerçam a pesquisa discorrem, inicialmente, sobre o Parâmetro do Sujeito Nulo, seu conceito e sua trajetória na pesquisa básica e descritiva. Em seguida, abordam-se alguns princípios norteadores a respeito da teoria e prática de gêneros textuais e gêneros textuais escolares. Do ponto de vista metodológico, as amostras de exercícios e redações foram recolhidas de alunos do segundo segmento do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Aníbal Benévolo, localizado dentro da área militar na cidade de Resende. As produções dos alunos como sujeitos de pesquisa foram avaliadas, observando-se, nas estruturas sintáticas construídas para as respostas, os percentuais de ocorrência do Sujeito Nulo e do Sujeito Pleno, bem como sua adequação na escrita escolar. Os resultados dessa pesquisa apontam que os aprendizes em letramento recorrem à propriedade pro-drop do Português do Brasil, empregando, em índices altos, o sujeito nulo na construção das orações de resposta no gênero escolar exercício. Na redação, o aluno se mostra mais capaz de diferenciar o seu texto do enunciado da proposta, recuperando o referente como sujeito pleno da sua oração. Os dados sugerem ainda que a escolaridade se mostra igualmente relevante para a emergência de sujeitos plenos, ainda que se mantenha um resíduo
expressivo de sujeitos nulos. Por fim, como a variável “efeito gatilho” mostrou-se altamente relevante para a realização do sujeito nulo, são oferecidas propostas de intervenção pedagógica. As atividades visam à devida conscientização e adequação de uso das construções em tela, na modalidade escrita dos gêneros escolares focalizados.

Edjane Alves de Oliveira

Título:  Uma proposta metodológica a partir da escrita de si como estratégia de aproximação do leitor infanto-juvenil ao texto literário

Orientador(a): Maria de Fátima Sousa de Oliveira Barbosa

Páginas: 97

Esta dissertação teve como objetivo contribuir com os estudos sobre o ensino da literatura nas escolas da rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro, ao estabelecer relação entre teoria e práticas de leitura e de escrita com o desenvolvimento da autonomia do leitor literário juvenil, no espaço intersubjetivo da sala de aula. Por conta disso, foram feitas algumas comparações metodológicas presentes no cotidiano das escolas, em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, e, dentro de um paradigma crítico, apresentar uma proposta metodológica de aproximação do aluno a uma escrita mais autoral e de uma maior percepção de si. Os fundamentos teóricos foram norteados, principalmente, pelos pensamentos de Bakhtin sobre a linguagem, alinhando-se, no final da pesquisa, a outros teóricos como: Marcuschi, Faraco e Klinger, e às perspectivas e à criticidade dos alunos. A aproximação entre leitor e obra deu-se, à medida que os alunos, de uma escola do segundo segmento, foram realizando atividades de leitura e de escrita mais próximas à interface ficção e não ficção, na busca pela construção de sentido. O resultado dessa pesquisa permite afirmar que estratégias de aproximação do aluno ao texto literário devem priorizar o ensino da literatura em diferentes instâncias, a fim de proporcionar ao leitor a percepção de si e sua integração a diferentes culturas, vozes e olhares. Através da escrita de si, numa abordagem mais afetiva da linguagem, chegou-se a uma possível releitura da metodologia de ensino da literatura, no intuito de contribuir para o cumprimento do objetivo dessa pesquisa e colaborar com estudos vindouros.

Palavras-chave: Leitor infanto-juvenil. Ensino de literatura. Formação do leitor.

Elaine Karine Toledo de Oliveira

Título: Letramento escolar no livro didático: domésticaicação ou liberdade ao trabalhar com artigo de opinião?

Orientador (a):  Ana Catarina Moraes Ramos Nobre de Mello

Páginas: 109


A educação escolar pode ser um instrumento de dominação ou de liberdade, conforme conceito formulado por Paulo Freire. “O que aí se infere é a impossibilidade duma educação neutra. [...] que a educação não pode senão aspirar ou à domesticação, ou à libertação. Não há terceiro caminho. ” (FREIRE, 1997, p.22). Com base nesse pressuposto, esta pesquisa objetiva desvelar qual ideologia subjaz a concepção de ensino-aprendizagem do fragmento do livro didático apreciado. Tal averiguação tem como intuito primordial identificar se textos e atividades dessa espécie contribuem para a ampliação do letramento escolar e, consequentemente, para o desenvolvimento de uma aprendizagem reflexiva, crítica e livre das amarras do status quo dominante. A abordagem da pesquisa foi, boletim, quantitativa para utilizar dados concretos para compor o corpus. Todavia, o material coletado foi descrito com enfoque qualitativo ao tentar reconstruir o perfil sócio-histórico do leitor e fazer a escuta das impressões dos participantes das atividades propostas. Utilizou-se como modelo de investigação a pesquisa-ação da qual os trinta e cinco alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental da escola pública investigada participaram como sujeitos ativos do ato de ler.

Palavras-chave: letramento escolar - ideologia - livro didático - artigo de opinião - domesticação e liberdade.

 

Elaine Maria Fonseca Simões

Título: Escrita abreviada: da internet para a escola?

Orientador (a): Gean Nunes Damulakis

Páginas: 128


Este trabalho investiga o quanto a escrita abreviada (encurtamento ortográfico de palavras e expressões) utilizada pelos jovens na internet se estende para a escrita escolar e propõe uma abordagem do tema em sala de aula. Temos, como sujeitos, jovens de 11 a 17 anos e adultos, que são ou já foram alunos da pesquisadora, em diferentes séries de ensino: 6°, 7º, 8º, 9º anos do Ensino Fundamental - turmas regulares e de PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos) - e 1º ano do Ensino Médio. Esta pesquisa se desenvolveu pautada em três dimensões: a primeira parte contém uma abordagem teórica; a segunda, uma abordagem empírica baseada na análise de dados; a terceira, uma abordagem do tema em sala de aula. Como referencial teórico, foram utilizadas gramáticas escolares, além de pesquisas e trabalhos recentes sobre fonologia e morfologia e sua interface com a escrita, livros sobre a história da escrita e livros sobre os usos da linguagem na tecnologia de informação. Depois, contamos com três objetos de estudo na coleta e análise de dados: entrevistas com professores, observação dos casos de encurtamento ortográfico extraídos da internet e uma redação aplicada nas turmas antes de qualquer comentário sobre o tema da pesquisa. As entrevistas foram realizadas com professores de idade e tempo de experiência docente diferentes para que expressassem como estão vivenciando e percebendo as mudanças na transição de um “mundo analógico” para um “mundo digital” e a influência na escrita em outros gêneros. O segundo objeto foi a observação de casos extraídos da internet exemplificando a escrita abreviada usada pelos alunos da rede pública de ensino a fim de observarmos como se procedem tais reduções. O terceiro objeto foi a análise das redações aplicadas em sala de aula a fim de percebermos se, de fato, a escrita abreviada migraria para a escrita escolar. Diante dessas leituras e observações, foi sugerida uma forma de abordar o tema em sala de aula a fim de desmistificar o uso dessa escrita já tão difundida entre os jovens.

Palavras-chave: Escrita abreviada. Internet. Escola.

 

Elisa Ramalho dos Santos Mendes

Título: Ensino de regência verbal nas aulas de português: da atitude transmissiva à intervenção reflexiva

Orientador(a): Filomena de Oliveira Azevedo Varejão

Páginas: 152


As pesquisas sociolinguísticas relacionadas à regência verbal apontam para o abismo entre o que se prescreve na escola através dos materiais didáticos e os usos efetivos na Língua Portuguesa no Brasil. Desse modo, os livros didáticos, às vezes a única ferramenta para o processo educativo e de letramento, foram analisados. Esta pesquisa investigou de que maneira quatro livros didáticos aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático 2014- 2016 trataram o conteúdo regência verbal. A partir de resultados pouco satisfatórios com relação à abordagem do conteúdo nas coleções, elaborou-se um conjunto de atividades que traz o ensino de regência verbal articulado com o estudo do texto, considerando tanto a norma padrão quanto as variações linguísticas. Por meio da aplicação de uma parte dessas atividades, foi possível perceber que o ensino aliado ao texto e à reflexão linguística contribui para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos.

Palavras-chave: Regência Verbal; Livro Didático; Variação; Ensino de Gramática

 

Elisiene de Melo Barbosa

Título: Cena 15, plano 14, tomada 1: recursos audiovisuais e ensino de língua portuguesa

Orientador(a): Kátia Cristina do Amaral Tavares

Páginas: 91


Construir oportunidades de aprendizado para uma turma que apresenta histórico de reprovações e consequente baixa autoestima, associando o ensino de Língua Portuguesa ao uso de tecnologia é o desafio sobre o qual, com meus alunos, estruturei este projeto. Dessa forma, como objetivo principal, busquei elevar a autoestima desses alunos através do desenvolvimento de práticas de letramentos múltiplos. Para tanto, planejei quatro etapas que culminaram na construção de um curta metragem amador. Na primeira, fizemos retextualizações que construíram o roteiro do filme; na segunda, incorporamos a esse roteiro características da linguagem audiovisual; na terceira, fizemos as gravações e edições necessárias à produção do vídeo; e, na quarta, exibimos nossa produção e avaliamos o projeto. Busquei, ao longo das aulas, adotar as perspectivas educacionais de Freire (1995[1985]) e Vygotsky (2005 [1987]) que consideram o aluno como protagonista da criação de seu instrumento de aprendizagem e como sujeito que se desenvolve ativamente e age sobre o meio, além de buscar um modelo de letramento que valoriza as culturas locais (STREET, 2014) e reconhece a necessidade de trabalhar tanto gêneros textuais pertencentes a mídias escritas, quanto gêneros pertencentes a mídias digitais (ROJO, 2009). Na produção do curta, para analisarmos os papéis do emissor e do receptor e os mecanismos linguísticos que transformam textos, utilizei a perspectiva semiolinguística de Charaudeau (2007) e as tarefas de retextualização proposta por Dell‘Isola (2007). Para interpretar o processo pedagógico, considerei as seguintes perguntas de pesquisa: como práticas de leitura e escrita podem contribuir para elevar a autoestima? Em que medida a produção de um vídeo e o uso de tecnologia contribuem para o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita? De que forma os alunos participam deste projeto de produção audiovisual? Constatar as comparações que os alunos fizeram entre os gêneros envolvidos, a evolução dos textos deles nas atividades de reescrita, a percepção dos alunos em relação a algumas características da linguagem audiovisual e os sentidos que elas construíram no texto, o orgulho verbalizado da turma ao desenvolver um projeto complexo foram alguns resultados importantes. Considero, assim, que as experiências aqui abordadas podem motivar meus alunos a ver a língua portuguesa e as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação como lugar de uso, investigação e crítica e servir de base para outros professores inserirem essas tecnologias em suas práticas pedagógicas.

Palavras-chave: Letramentos. Retextualização. Linguagem audiovisual. Tecnologias Digitais. Ensino de Língua Portuguesa.

 

Karina Costa Torres Machado

Título: Bora dá um rolê? O grafite como possibilidade didático nas aulas de língua portuguesa

Orientador(a): Rosa Maria de Carvalho Gens Carvalho Gens

Co-orientador(a): Georgina da Costa Martins Martins

Páginas: 155


A presente dissertação pretende apresentar a leitura de grafites como possibilidade didática nas aulas de Língua Portuguesa. Essa escolha temática se justifica pois se nota a necessidade de a escola se aproximar das vivências dos alunos, em um movimento que pretende dialogar com a sua realidade juvenil. Assim, o objetivo principal desta pesquisa é fazer com que o estudante, por meio da leitura de grafites, desperte seu interesse para outros textos, inclusive os formais. Outro dos objetivos é proporcionar ao aluno uma forma de letramento alternativa à ofertada pelo ensino formal, considerando o espaço em que ele reside, uma vez que a metodologia do trabalho envolve a construção de um mapa visual de grafites localizados nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Cidade de Deus. A partir desse panorama, que vai além do fotográfico, a leitura e a construção de significados é feita em conjunto, por meio de uma pesquisa-ação com aulas-debate na própria escola (BARBIER, 2002; PRODANOV 2013; THIOLLENT 2009). Como aporte teórico temos, majoritariamente, os estudos de Jean (2002) e Horcades (2004), a respeito da escrita; Walty, Fonseca & Cury (2006) e Manguel (2001), sobre a imagem como linguagem não verbal; e Gitahy (2012) e Silva (2014), acerca da história do grafite e da pichação. O trabalho tem como resultados uma maior identificação do alunado com as propostas apresentadas pelo professor regente; um maior interesse por outras amostras textuais sugeridas; um incremento do senso crítico e da autonomia dos discentes; e um maior estreitamento na relação pessoal entre alunos e professor.

Palavras-chave: Língua Portuguesa; Letramento; Grafite; Ensino fundamental.

 

Márcia André Bermudez dos Reis

Título: A persistência dos fenômenos de hiper e hipossergmentação na produção escrita de alunos do segundo segmento do ensino fundamental

Orientador(a): Jaqueline dos S. Peixoto

Páginas: 180


Este trabalho tem como objeto as palavras gráficas não segmentadas de forma convencional. A segmentação não convencional das palavras gráficas produz os fenômenos de hiper e hipossegmentação. A ocorrência desses dois fenômenos na produção escrita dos sujeitos experimentais de nossa pesquisa é alvo de investigação quantitativa e qualitativa. A pesquisa quantitativa tem como objetivo permitir a interpretação dos dados em termos estatísticos, enquanto a pesquisa qualitativa tem como objetivo explicitar, nos dados de segmentação não convencional, a relação entre o conhecimento linguístico dos sujeitos investigados e a sua produção escrita. A pesquisa quantitativa compreende a interpretação estatística dos dados obtidos. Já a pesquisa qualitativa nos permite a explicitação do conhecimento linguístico usado pelos sujeitos experimentais na produção dos dois fenômenos de escrita não convencional de que estamos tratando. Para a pesquisa qualitativa, utilizamos os pressupostos da Fonologia Prosódica, uma teoria que realiza a interface entre os fenômenos fonológicos e a sintaxe. A associação entre a pesquisa quantitativa e a qualitativa nos permitirá obter mais informações sobre os dados que compõem nossos corpora do que se fôssemos realizar apenas uma delas separadamente. Essa associação também nos permite a criação de um instrumento digital de intervenção pedagógica, voltado para a contribuição de uma solução para os problemas ocorridos na segmentação gráfica das palavras. As atividades são originalmente propostas no meio digital com a finalidade de auxiliar o aluno na diminuição dos casos de segmentação não convencional verificados nesta pesquisa. Contudo, essas atividades podem também ser realizadas fora do ambiente virtual. Os fenômenos de hiper e hipossegmentação são investigados na produção escrita espontânea (redações, interpretações de textos, testes e provas) e não espontânea (ditado) de alunos do 7º e 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio de uma escola Estadual de São João de Meriti, município localizado no estado do Rio de Janeiro. Guiam nossa pesquisa as seguintes hipóteses: (i) a hipossegmentação seria mais frequente do que a hipersegmentação na produção textual dos sujeitos experimentais; (ii) ao longo da escolarização, haveria diminuiçãodas ocorrências de hiper e hipossegmentação; (iii) os fenômenos de segmentação não convencionais das palavras seriam mais frequentes nos alunos com distorção idade-série do que nos alunos que se encontram na idade adequada ao ano de escolaridade; (iv) o aluno produziria uma fala interior que possui uma prosódia implícita em sua produção textual. A descrição dos contextos de hiper e hipossegmentação das palavras gráficas e a interpretação estatística das ocorrências desses dois fenômenos nas amostras fornecidas permitem verificarmos que: conforme a 1ª hipótese, a hipossegmentação é mais frequente do que a hipersegmentação na produção textual dos sujeitos experimentais; em relação à segunda hipótese, essa não é totalmente confirmada, uma vez que, ao longo da escolarização, há diminuição das ocorrências de hiper, enquanto as de hipossegmentação aumentam na medida em que os anos escolares avançam; a terceira hipótese carece de maior confirmação, já que, apesar de os fenômenos de segmentação não convencionais das palavras serem mais frequentes nos alunos com distorção idade-série do que nos alunos seriados, o percentual que os separa não parece ser significativo; a quarta hipótese é confirmada, uma vez que os dados dos sujeitos pesquisados parecem ser motivados pela divisão do fluxo contínuo da fala em constituintes rítmicos que realizam a interface da sintaxe com a fonologia.

Palavras-chave: Hipersegmentação. Hipossegmentação. Processos metalinguísticos. Fonologia prosódica. Teorias da aprendizagem.

 

Monique Soares Souza

Título: Referenciação: leitura de minicontos de Marina Colasanti

Orientador(a): Maria Aparecida Lino Pauliukonis

Co-orientador(a): Célia Regina de Barros Mattos

Páginas: 119


Os processos de referenciação são atinentes a todo ato de comunicação e seu reconhecimento e uso tornam-se fundamentais para a conscientização dos processos de construção dos sentidos de um texto. Com base na perspectiva sociocognitivointeracionista da linguagem e nos pressupostos da Linguística do Texto ventilados principalmente por Koch (2014), este trabalho objetivou investigar, por meio de propostas de análise de minicontos de Marina Colasanti, como as teorias sobre referenciação, desenvolvidas por Mondada e Dubois (2003), Koch e Elias (2006), Marcuschi (2005) e Cavalcante (2013), contribuem para construção de sentido de implícitos inferenciais entre objetos do discurso, mecanismo tão profícuo nesse subgênero textual. Para esse fim foram elaboradas propostas de intervenção didática para turmas do 9º ano do Ensino Fundamental. Por meio de análise e diagnose dos resultados obtidos pelo trabalho com os alunos, antes e depois do processo de intervenção, constatamos a importância de abordagens práticas baseadas nessas teorias no processo de leitura e interpretação principalmente de textos tão lacunares quanto os minicontos, uma vez que a leitura destes requer do leitor uma conscientização acerca das relações implícitas entre objetos do discurso num trabalho de metacognição. Concluímos que os resultados apresentados às questões evidenciaram que as propostas de intervenção mostraram-se ferramentas fundamentais para melhoria no ensino de leitura nas turmas em que realizamos a pesquisa.

Palavras-chave: Referenciação, leitura, miniconto, Marina Colasanti.

 

Raquel Fraguas Rangel

Título: Uso de hipertexto como ferramenta pedagógica para a leitura de textos literários clássicos nas aulas de língua portuguesa

Orientador(a): Kátia Cristina do Amaral Tavares

Páginas: 118


Ler textos literários clássicos pode ser um desafio para alguns alunos, em razão da falta de interesse, das dificuldades de leitura e compreensão, e da distância entre a realidade deles e a do contexto da obra. Diante disso, este trabalho tem como objetivo mostrar os resultados de uma proposta de intervenção didática, realizada com alunos do nono ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual da rede pública do Rio de Janeiro, que buscou resolver esses problemas e melhorar o acesso aos clássicos literários. Assim, esta pesquisa utilizou o hipertexto como ferramenta pedagógica, nas aulas de Língua Portuguesa, combinando variados recursos multimodais no texto. A partir do conto A Cartomante e da crônica Como comportarse no bonde, do escritor Machado de Assis, foram desenvolvidos os hipertextos usados em sala de aula. Como fundamentação teórica, no que tange às discussões sobre hipertexto e hiperlink, utilizaram-se estudos de Lévy (1999), Gomes (2010, 2011), Xavier (2010, 2016), Santaella (2004) e Coscarelli (2012, 2016); e os trabalhos de Calvino (1993), Zilberman (2009) e Lajolo (1999) para abordar o ensino de leitura de textos literários. A pesquisa ocorreu em três etapas. Na etapa 1, com o intuito de traçar o perfil dos participantes, houve a aplicação de dois questionários, de perfil leitor e tecnológico, e foram realizadas entrevistas com as professoras de Língua Portuguesa e de Leitura e Produção Textual da turma. Na etapa 2, realizou-se a leitura do conto A Cartomante, em formato hipertextual, explorando todos os recursos da web disponíveis no hipertexto, e foi aplicada uma atividade de compreensão do texto. Na etapa 3, os alunos criaram links para o desenvolvimento do hipertexto da crônica Como comportar-se no bonde, fornecendo informações e tipos de mídias que deveriam ser agregadas ao texto. Ao final das atividades, os alunos responderam questionários avaliativos sobre as experiências pelas quais passaram nessas etapas, e, então, os resultados mostraram a viabilidade da aplicação de hipertexto como ferramenta pedagógica e a confirmação da melhoria de aprendizagem, do interesse e da contextualização.

Palavras-chave: Ensino de leitura. Textos literários clássicos. Hipertexto.

 

Silvia Goulart Ferreira

Título: A compreensão e a produção de memes no ensino fundamental em um contexto mediano por tecnologias digitais

Orientador(a): Claudio de Paiva Franco

Páginas: 188


Esta dissertação destaca a importância do trabalho com a leitura e a produção textual envolvendo diferentes gêneros textuais, em especial o gênero meme, em um contexto que permitiu e privilegiou o uso de tecnologias digitais. Teve como objetivo promover práticas de leitura e de escrita a partir de textos pertencentes ao gênero meme, buscando trabalhar o senso crítico dos alunos, o uso da oralidade e da argumentação, a relação entre a linguagem verbal e não verbal, a ortografia e a pontuação. Para fundamentar a pesquisa baseei-me nas contribuições dos documentos norteadores como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como nas concepções de diferentes autores como Santos, Riche e Teixeira (2015); Jr. e Carvalho (2017); Antunes (2010); Koch e Elias (2017); Soares (1998); Rojo (2016; Dudeney, Hockly e Pegrum (2016), Coscarelli (2016); Dawkins (1976) e Maciel, Takaki (2015). Tratou-se de uma pesquisa-ação, pois investigou a minha própria prática pedagógica em relação ao tema estudado, o que permitiu que acontecesse uma reflexão e uma mudança de atitude/prática durante todo o desenvolvimento da pesquisa. Apresentou uma intervenção com o objetivo de promover uma maior participação e interação dos alunos nas aulas de Língua Portuguesa, de estimular o desenvolvimento dos letramentos digitais e de verificar como as atividades elaboradas com o gênero textual meme poderiam contribuir para uma melhor interpretação e compreensão de textos, uma escrita mais organizada e com menos erros ortográficos e o desenvolvimento de alunos críticos. Desta forma, foi possível identificar que as atividades implementadas, além de motivar os alunos, promoveram uma participação positiva deles na realização das atividades de leitura e escrita de textos, bem como na aprendizagem dos conteúdos propostos.

Palavras-chave: leitura, escrita, prática, ensino, gênero textual meme.

 

Sullaine Cristina Martins de Almeida

Título: A ordem dos clíticos pronominais em turmas de 9º ano: diagnose, análise de dados e proposta pedagógica

Orientador(a): Silvia Rodrigues Vieira

Páginas: 173


O presente trabalho caracteriza-se (i) pela investigação dos padrões de ordem dos clíticos pronominais em lexias verbais simples na escrita escolar do Brasil, especificadamente em textos opinativos e jornalísticos, produzidos por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública do estado do Rio de Janeiro; e (ii) pela proposta de mediação pedagógica para a aprendizagem do tema. A pesquisa parte da seguinte hipótese: graus distintos de monitoração estilística influenciariam os padrões de uso da ordem dos clíticos pronominais dos estudantes. Desenvolveu-se um estudo-piloto, uma espécie de diagnose inicial, com o fim de observar os usos feitos pelos estudantes, em textos de maior e menor grau de monitoração. Com base nos resultados da diagnose, nos resultados de pesquisas anteriores e nos fundamentos teóricos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV, HERZOG, 1968), bem como na proposta do ensino de gramática em três eixos (Vieira, 2014; 2017), estruturou-se a mediação pedagógica desta pesquisa organizada em forma de um estudo dirigido. Ao longo do percurso investigativo, delineou-se a perspectiva de que, além do contínuo de monitoração estilística (BORTONIRICARDO, 2005), é preciso contemplar, nas reflexões construídas em sala de aula, o de oralidadeletramento. Os resultados obtidos por meio desta investigação mostraram-se produtivos. Verificou-se que, ao fim da aplicação do estudo dirigido, o aluno estava mais atento ao fenômeno linguístico, de seu efeito semântico na construção dos textos lidos e na existência das variantes. Quanto à produção, embora não haja uma efetiva variação na ordem das redações dos alunos no conjunto de clíticos, observou-se que a ênclise, apesar de mais utilizada ao final da mediação, fica restrita a dois tipos de pronomes (o e variantes, e se) que a escola introduziu – muitas vezes por possível automatismo – via contato com expressões de letramento. A educação formal aumentou, em certa medida, o repertório linguístico discente implementando o uso de outras variantes – tanto formas pronominais como a ordem enclítica – em contextos específicos na escrita escolar. A análise do ED confirma a hipótese de que, com o conhecimento sobre o tema por meio de atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, os alunos podem construir a explicitação de seu conhecimento gramatical interno, relacionar os fenômenos gramaticais às atividades de leitura e produção e, ainda, reconhecer as formas alternantes de uma regra variável, de modo a monitorar-se em caso da escrita de um texto formal, pondo em prática seus conhecimentos – ainda que parciais – de uso(s) culto(s) da língua.

Palavras-chave: Ensino de gramática. Sociolinguística. A ordem dos clíticos pronominais. Diagnosticar. Estudo dirigido.

 

 

 

 

COORDENAÇÃO

Coordenadora: Ana Crelia Dias
e-mail: anadias@letras.ufrj.br
Vice-coordenadora: Danielle Kely Gomes

Faculdade de Letras da UFRJ

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